Reduto da
direita e do agro, a capital Goiânia (GO) é uma das poucas em que o PT tem
maiores chances de chegar ao segundo turno nas eleições municipais. Na pesquisa
de intenção de votos da Quest, a deputada federal Adriana Accorsi (PT) aparece
com 22%. Seu maior adversário é o empresário Sandro Mabel (União), com 24% na
disputa.
Para
especialistas, o resultado do pleito pode apontar para o possível cenário para
a corrida presidencial de 2026.
Além de
Accorsi e Mabel, também disputam Vanderlan Cardoso (PSD), com 15%, empatado com
Fred Rodrigues (PL), 9%. Matheus Ribeiro (PSDB) tem 8% e Rogério Cruz
(Solidariedade) aparece com 4%. Na lanterna, o candidato do Unidade Popular,
Professor Pantaleão (UP) acumula 2%.
O pleito
goiano colocou em lados opostos o governador Ronaldo Caiado (União) e Jair
Bolsonaro (PL), dois aliados que vinham andando de mãos dadas desde 2019. Uma
derrota de Caiado pode esfriar as suas pretensões à cadeira do Planalto e
colocar em xeque essa dobradinha em um dos estados que mais deu votos ao
ex-presidente nas eleições que disputou.
Para a
esquerda, o saldo é positivo para os candidatos do PT. A ala acredita que
levará as prefeituras dos maiores colégios eleitorais do estado: Goiânia e
Anápolis. A presidente do Partido dos Trabalhadores Goiás, Kátia Maria, afirma
que tem boas expectativas, apesar do perfil dos eleitores goianos.
"Mesmo
sendo um estado em que tem um número alto de pessoas que se declaram como
direita, a minha avaliação é que é um cenário muito mais positivo para nós.
Lula teve 39% dos votos aqui nas eleições de 2022. Obviamente, isso não anula
os desafios que a gente tem, que é de ir enfrentar o discurso da extrema
direita", aponta.
Segundo
ela, a influência bolsonarista ainda é grande no local. "Aqui, em Goiás,
Bolsonaro vem com muita frequência, como se fosse um quinta da casa dele no
período que ele ficou na Presidência da República. Mas a nossa expectativa é
muito boa. Nós lideramos Anápolis, que é o terceiro maior colégio eleitoral, e
estamos empatados tecnicamente em Goiânia", diz.
Na
avaliação do cientista político André César, da Hold Assessoria Legislativa, o
Partido dos Trabalhadores pena para conseguir garantir lugar nas eleições
municipais. "O PT já teve prefeito em Goiânia, isso é muito importante.
Ele quer marcar território, pois está fraco na maioria das capitais. A sigla
está apostando muito da vitória de Guilherme Boulos, do PSol, em São Paulo,
destaca.
Segundo o
especialista, há uma polarização em Goiás, que deve ditar o rumo das próximas
eleições. "Essas são as eleições mais importantes dos últimos tempos. Isso
vai desenhar o que vai ser em 2026.", conclui.
Direita se
movimenta
O
bolsonarismo trabalha para impedir a vitória de Adriana. Hoje, o próprio
ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) participa de eventos no estado. Ele esteve em
Anápolis, para uma motociata que teve início às 9h, na Praça Dom Emanuel, junto
com o candidato Márcio Corrêa. Ele também discursou no comício, marcado para as
10h30.
No período
da tarde, Bolsonaro participou de uma carreata do candidato à Prefeitura de
Aparecida de Goiânia, Professor Alcides (PL). O evento de campanha teve início as
15h na Avenida Anápolis, na Vila Brasília.
De lá, o
ex-presidente seguiu para o Parque Vaca Brava, em Goiânia, onde participou de um
evento de campanha com o candidato Fred Rodrigues (PL), numa tentativa de
elevar as intenções de votos no candidato da direita.
As
lideranças femininas também se mobilzam. A vice-governadora do Distrito
Federal, Celina Leão (PP), a senadora Damares Alves (Republicanos), e a
ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro compõem a caravana do ex-presidente.